Possivel ligação entre pesticidas e demência

11/05/2011 17:44

Por Dr. Bernard Croisile.  

 

Os resultados de um estudo com 614 franceses que trabalham em vinhedos com idades na casa dos 40 e 50 anos demonstraram que pode haver uma ligação entre a exposição de longo prazo a pesticidas e a demência.

Os participantes do estudo, que haviam trabalhado na agricultura por pelo menos 20 anos, foram classificados pelo nível de exposição que tiveram a pesticidas: diretamente expostos (aqueles que misturavam e aplicavam pesticidas, ou limpavam ou consertavam os pulverizadores); certamente indiretamente expostos (aqueles que tinham contato com plantas pulverizadas); possivelmente indiretamente expostos (aqueles que trabalhavam em prédios, escritórios ou depósitos); e não expostos (aqueles que nunca tiveram contato).

As habilidades intelectuais deles foram monitoradas por um período de 6 anos com diferentes testes envolvendo memória, linguagem, tarefas verbais e medição de tempo de reação. Suas capacidades foram avaliadas duas vezes.

De acordo com o resultado, os trabalhadores expostos diretamente a pesticidas apresentaram maior tendência a se saírem pior no segundo teste. Eles também geralmente obtinham piores resultados nas duas avaliações e no Mini-Exame de Estado Mental (MEEM), que é usado para testar o funcionamento cognitivo e pode indicar o risco de demência. Os pesquisadores qualificaram esse declínio cerebral no MEEM como sendo “particularmente alarmante devido ao curto período de acompanhamento e a relativa baixa idade dos participantes”.

 

Os pesquisadores disseram que “numerosos estudos têm demonstrado que baixos desempenhos cognitivos estão associados com o risco de demência”. E também avaliaram que “o comprometimento cognitivo leve que observamos levanta a questão do elevado risco de acidentes em potencial nessa população e também da possível evolução na direção de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e outras demências”.