Bebês amamentados no peito serão crianças com menos problemas de comportamento, diz estudo

11/05/2011 17:12

 Os bebês amamentados no peito são menos propensos a se tornarem filhos com problemas de comportamento no momento em que atingirem a idade de cinco anos do que aqueles que tomam leite em pó, revela pesquisa publicada pelo Archives of Disease in Childhood.

Houve poucos estudos de grande escala até agora realizados de uma possível ligação entre a alimentação infantil e o comportamento da criança e, desses, os resultados têm sido inconsistentes. Quando os fatores socioeconômicos dos pais foram levados em conta, as conclusões que anteriormente sugeriram que crianças amamentadas tiveram menos problemas de comportamento muitas vezes são rejeitadas.

Pesquisadores das universidades de OxfordEssex York, bem como do University College de Londres, propuseram analisar se houve ou não uma ligação entre a alimentação infantil e o comportamento da criança subsequente.

Eles usaram dados de um grande e conhecido estudo britânico, o Millennium Cohort Study, envolvendo 10.037 pares mãe-filho de famílias de etnia branca. Esse estudo é um levantamento das crianças nascidas no Reino Unido durante um período de 12 meses em 2000-2001. As pessoas que participaram foram entrevistadas quando a criança tinha nove meses e foram novamente entrevistadas em um intervalo de dois em dois anos. Dentro do grupo dos dados estudados pelos pesquisadores, havia 9.525 a termo e 512 crianças pré-termo.

Foi utilizado um Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ) preenchido pelos pais, no qual pontuaram os filhos e identificaram potenciais problemas de comportamento, incluindo problemas emocionais (como a ansiedade), hiperatividade (agitação) econduta (mentir e roubar), até o período em que a criança completou 5 anos.

Os resultados mostraram que 29% das crianças nascidas após o período total de gestação e 21% das crianças nascidas prematuramente foram amamentadas por pelo menos quatro meses.

Eles descobriram que os grandes números anormais para os questionários, que indicam possíveis problemas de comportamento, eram menos comuns em crianças amamentadas por pelo menos quatro meses (6%) do que em crianças alimentadas com leite em pó (16%).

Quanto menor o risco de uma criança nascida após 9 meses ser amamentada, menores serão as chances dela ter mau comportamento. Também foram observadas outras influências, tais como fatores socioeconômicos ou familiares.

A evidência para uma associação entre amamentação e problemas comportamentais em crianças prematuras não era clara.

Uma possível razão para os resultados apresentados pelos autores foi que o leite materno contém grandes quantidades de ácidos graxos poli-insaturados essenciais, fatores de crescimento e hormônios que desempenham um papel importante no desenvolvimento e função do cérebro e sistema nervoso central.

Os fabricantes só começaram a produzir os leites em pó com ácidos graxos essenciais na última década e a eficácia dessa suplementação não é clara.

Os resultados também poderiam ser explicados, eles acrescentam, pelo fato de que o aleitamento materno leva a uma maior interação entre mãe e filho, uma melhor aprendizagem de comportamentos aceitáveis e a menos problemas de comportamento.

Os autores concluem: "Nossos resultados sugerem que a duração do aleitamento materno (em todos ou exclusivamente) está associada à mãe com menos problemas comportamentais em crianças nascidas após o período completo de gestação".

 

 

Fonte: British Medical Journal