As escolas são cognitivamente nutritivas?

11/05/2011 17:54

 

Um estudo de mais de 5 anos desenvolvido pelo professor universitário americano Thomas O’Brien, mostrou que crianças do primeiro ao quinto ano são capazes de raciocinar de forma assustadoramente complexa. Assim, os objetivos educacionais podem ser alcançados oferecendo problemas para as crianças resolverem, ao invés do ensino direto tradicional.

O trabalho consistia em utilizar diversos jogos eletrônicos de raciocínio e apenas explicar as regras dos jogos, sem que nenhum ensinamento formal fosse dado. O objetivo era o ensino de matemática através da construção e aplicação ativa de princípios e relações, e não a memorização de fatos inertes.

 

Suas principais descobertas podem ser resumidas em quatro tópicos:

 

 

 

  • Em geral, o raciocínio das crianças era muito complexo e econômico. Muito raramente elas faziam perguntas inúteis ou inferências falsas.
  • As crianças trabalhavam juntas com entusiasmo e respeito. Elas questionavam umas às outras com consideração e se ajudavam no aprendizado, explicando como chegaram às suas conclusões. Esse comportamento era uma surpresa para muitos professores. Como explicar isso? As crianças foram confiadas a resolverem tarefas muito complexas ao invés de serem “alimentadas de conhecimento”.
  • Praticamente todas as crianças participaram ativamente e geralmente acontecia de crianças que tinham pouco sucesso em sala de aula serem capazes de raciocínios muito complexos. Uma implicação é que o método tradicional, o ensino direto, geralmente não estimula o pensamento original e complexo. Já o estudo demonstrou que as crianças adoram isso.
  • Ao longo dos anos de pesquisa, evidências têm parecido sustentar a visão de que o aprendizado envolve “adaptação provocada”. As pessoas constroem novas ideias, relações, hipóteses quando enfrentam um desajuste moderado entre o estado atual e as demandas da nova situação. Isso está longe de ser o lugar comum encontrado nas práticas atuais de ensino.
  • As crianças que aprenderam a jogar através dessa metodologia conseguiam lembrar-se do jogo e utilizar as táticas aprendidas mesmo dois ou três anos depois. No método tradicional de ensino, um comentário comum dos professores é justamente o oposto: “Parece que quando voltam das férias, os alunos esquecem tudo o que aprenderam”.